“Trocar de casa para viajar foi uma das melhores decisões que eu tomei: passei a me relacionar de forma diferente com a minha casa e o mundo”.
Uma padaria que faz o melhor pão da cidade. Um bar só com cervejas artesanais. Uma rua cheia de restaurantes descolados. Uma praça com uma feirinha charmosa e som de primeira. Aquela trilha para a praia que só os locais conhecem. Para ir além do circuito turístico tradicional e descobrir segredos locais, é preciso tempo. Melhor ainda se, em vez de escolher um hotel, a opção for procurar uma casa e fazer uma imersão na rotina e na cultura de uma cidade. Existe uma maneira de fazer isso sem gastar nada com hospedagem por meio da troca de casa.
Pois foi essa a maneira que eu encontrei para viajar pelo mundo. Em dez anos, foram 14 trocas. Houve troca de casa do Rio, onde moro, para San Diego, Nova Iorque, Londres, Paris, Edimburgo, Cidade do Cabo, Sidney, Cairns, nas Grandes Barreiras de Corais Surfer´s Paradise, em Queensland (Austrália) são alguns dos destinos que já estivemos. Nem digo passamos, pois o que a gente faz é mesmo viver e descobrir sem pressa alguma o lugar.
A troca de casa foi uma das melhores decisões que eu tomei na vida. Não só porque viajo, e muito!, mas porque eu passei a me relacionar de forma diferente com a minha casa e o mundo. Foram esses resultados positivos e transformadores que me estimularam a dividi-los com mais pessoas, especialmente brasileiros e latinos. Depois de muito planejamento, em setembro lancei a BeLocal Exchange, a primeira plataforma de troca de casa da América Latina. Desde o início fui movida pelo desafio de fazer acontecer entre nós um modelo de viagem que já existe nos Estados Unidos desde 1950. E agora vou partilhar no blog muito do que vi e vivi nesse mundo trazido pela troca de casa.
Troca de casa
Se eu acho que estamos atrasados para embarcar nessa ideia? De forma alguma. Considero que esse é o momento ideal para trazer esse conceito para os brasileiros e seus vizinhos. Eu acredito no potencial de crescimento da troca. Em pouco tempo de operação, a BeLocal tem mais de 600 casas de pessoas que querem trocar e descobrir novos horizontes. E, se nós temos praias, florestas, montanhas, parques naturais e muita natureza para oferecer para eles, eu quero aumentar a oferta de possibilidades para que a gente consiga curtir frio e ver a neve cair. Eu quero viajar pelos confins do Brasil e conhecer melhor a América Latina. Nessa viagem em busca do meu sonho, eu aprendi que é possível conciliar desejo e negócio. Estamos trabalhando para ampliar essas opções. Vontade não falta à equipe.
Uma das vantagens que o turismo compartilhado traz é a economia de até 50% dos custos de uma viagem. Eu percebi que o dinheiro poupado em hospedagem dá mais qualidade aos passeios. Ele pode ser usado para ficar mais tempo no lugar, sem a necessidade de correria para encaixar vários programas num só dia. E permite também que uma viagem seja esticada para um outro destino. Foi o que aconteceu em 2013, quando fomos para o Marrocos.

Economia que rende bons passeios: Marrocos entrou na viagem depois de uma troca de casa [Arquivo Pessoal]
*Andrea Aguiar é fundadora da BeLocal Exchange
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